By my side



“Não, eu não escrevo sobre ele
Ele não me deixa só,
No tempo que escreveria ele estava logo ali, ao meu lado
Nunca pensei em agradecer por não escrever
Eu agradeço agora.”

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“No, I don’t write about him,
Cause he doesn’t leave me alone,
At the time were I would write, he was right there, by my side
I never thought to thank for not write
But now I do.”


- Maria Clara Carrilho.

Persona




Somos personagens dum desenho preto e branco...
Mudo.
Continua trêmula a visão
Os rastros te passam no chão
Sombras coincidem... 
Ecos.
Ventania de palavras secas,
na quietude das tardes de domingo.
Durmo.
Sonho, passo e calo.
Calço meus sapatos. 

Adiós.


Clara Carrilho.

Eu seria teu fim.




"Eu poderia ser teu pior erro, 
teu maior deslize, 
teu pesadelo sem fim. 
Eu seria teu fim, 
não haverias de ter outro senão eu. 
Onde começo e onde termino? 
No caos de uma vida a outra? 
Teus desejos serão bélicos, 
Tuas mãos alcançarão teus medos, 
Anseios? 
Não creio que os tenha...
Provas, duvidas, mentes e entrega te à teus prantos lentamente.
O algoz não pode esperar,
Tua sombra já dobra a esquina,
Arde, alardeando a dor,
Expurgas os elos.
Sofres em paz, cá estou...

- silêncios."




Clara Carrilho.

Sinto frio




"Tô cansada dessa boca seca, desse gosto amargo
Cansada do tempo e de tudo que é desnecessário.
Tenho arrepios pela espinha que me dão mais medo que antes
A vida que encontro em mim já não vale a partida
Oblíquos sentimentos em olhares desavisados
Já vejo em mim a dor antes sentida, os anos passam e a dor segue a mesma

Essa centelha infeliz que cresce por minhas entranhas
Esse sentido escondido
Esse véu que coloquei sobre tudo agora cai
Tudo se esvai e o que fica é a ferrugem de uma alma imutável

- Sinto frio."

(Maria Clara Carrilho.)

Vontade



"Vontade da tuas mãos apertando minha cintura e deslizando pelo meu corpo.
Saudade da tua força quando puxa-me os cabelos e me segura dizendo que sou tua.
Tenho febre em pensar nos teus beijos, na tua boca e na sua falta de pudor, sussurrando-me coisas ao pé do ouvido.
Esse frio que arranha meu corpo quente e esse calor que não passa, dentro de mim."

- Maria Clara Carrilho.


Te juro versos, não rimas.




"Te juro versos, mas não rimas.
Canso-me de achar palavras que combinem
Prefiro palavras que se encontram, se confrontam e se atraem.
Minha letra merecia escrever cartas até que os punhos doessem,
Numa sangria de palavras soltas nessas folhas despretensiosas.
Não penso, deixo como está.
E se lugar nunca pareceu tão bom e tão rápido.
Esse mundo de porens e entretantos cheios de talvez me fazem pensar no tempo que não temos,
Mas tememos o fim e mesmo assim, seguimos vivendo como se fossemos imortais.

Imortalidade vazia, crua.
As páginas não irão virar-se por si sós."



- Maria Clara Carrilho.

[desaparecendo em você.]




"Desenha-me tua alma e me olha bem,
teus olhos tao pequenos num olhar tao intenso
fazem de ti indecifrável
queria conhecer os teus segredos
Seus vícios, virtudes e meios termos.
Fazer de ti meu prazer etéreo
Minha paixão reclusa
Inteira me entrego em seus braços
No encaixe dos corpos
E nas destreza dos teus carinhos
A dor que me era febre
Ficou dispersa

Senti teu olhar penetrando o meu
sorrisos, palavras demais
depois que deixei os pensamentos pra lá
a gente canta qualquer coisa bonita
a gente nao se olha e
tua boca vem em direçao a minha
eu me esqueço de como era
me esquecendo de como sou
desaparecendo nos teus braços
sentindo cada emoçao
deslizando em cada vontade
leve mas intenso,
como chuviscos num dia frio."

Maria Clara Carrilho, 19/05/2014.

Sons sentidos.




"São os sons q passam pela minha cabeça, os sentidos perdidos a esmo 
e a viril atitude falha e se esfacela ao escancarar sua debilidade.
Flores, flores eu quero flores por todo o lado. 

Fontes de inesgotáveis tentativas de fazer sorrir."

Maria Clara Carrilho, 18/05/2014.

Vigia.


"O céu parecia lacrado
os alvos já não eram os mesmos
minha impaciência jazia ali.
Era o fim de outro final
Era a vida dela sem mim.
As virtudes cortejadas antecipam as canções
Choro, gemido, cada pelo
na grama orvalhada
as lagrimas refrescam a alma.
Calma, o temor dos teus ruídos,
já chego a ter de tapar os ouvidos.
Vigia: cada passo, cada tema
te dou o tom, você me da a pista."




Maria Clara Carrilho, 17/05/2014.

Lapsos




E nesse tempo de incertezas, hoje frio amanhã calor, ora eu outra nós, eu vejo cair chuva por onde passei, o vento passando raso e forte por tudo que eu conheci.
As pessoas param e num súbito desentender de olhares fitam-me os demônios interiores lembrando que ainda existem.
Num lapso quase me esqueço, num momento quase me ouço.
Te escuto, te vejo, me culpo.
Estranho que entranhas se exacerbam. Estranho meu concebimento de ideais pacíficos.
Doce é a certeza porém a dúvida é quem tem a destreza.



Maria Clara Carrilho, 09/05/2014.

Pour toi.


"A gente sempre destrói aquilo que mais ama, em campo aberto ou numa emboscada;
uns com a leveza do carinho, outros com dureza da palavra.
Os COVARDES destroem com um beijo, os valentes com a espada." - (Oscar Wilde.)




Quantas vezes uma pessoa pode te destroçar por dentro? Quantas vezes isso pode doer muito? Quantas vezes você pode demorar a aprender?

Essas questões rondam minha cabeça ha horas, e eu me sinto incapaz de raciocinar depois de quase meio litro de vinho. O que faço agora é adormecer meus sentidos, já não me dói o peito, já não quero chorar, entorpecida quase me esqueço e rio desmedidamente, porém temo. Temo ainda a dor que acordara comigo amanha, que permanecera comigo na minha sobriedade diária, Temo ouvir o telefone tocar, um bater de portas ou uma mensagem. Ainda, temo a mim mesma em minha idiotice romântica, melhor seria raciocinar mais ou viver eternamente ébria.

Mentiras, grandes, pequenas, bobas ou sérias, não me apeteceram nunca e justamente eu fui cair em varias delas com a inocência de quem vê o sol pela primeira vez, com a segurança de um bebe se desprendendo do sofá e indo sozinho em direção ao pai, e também com tamanha crença como aquele que diz receber graças.

Vejo em minha mente você deleitando-se com outra nos lençóis que escolhi e desejo-lhe a morte ou algo pior que a tortura. E sempre dizem que o ódio nos faz mal, cá estou odiosa sentindo chamas arderem em minh'alma. Corra pra outros braços, ame outros abraços, agora quem te livra de mim sou eu e não existiria melhor pessoa para faze-lo.
Ao inferno e ao céu, a Deus e o diabo, te entrego a qualquer entidade, divina ou não, mas que te leve pra longe e te coloque um dia onde estou agora.


Maria Clara Carrilho, 14 de abril de 2014.

Inside






silenciada estou,
nessa noite cor de chumbo
apenas a pensar
o que seria que me viria tao devagar?
eu peço por boa novas
eu tento esconder a face do espelho
onde estaria minh’alma em tão grande tormento.

afasto-me e nitidamente vejo o passado
o presente vem como folhas ao vento
o futuro é um grande vazio

Ondes estou afinal?
esse espetáculo ja vive sem mim?
Sem estrelas, sem lugar
sem mim
ja não me tenho mais
e o que foi, esta perdido.



(Maria Clara Carrilho, 30 de março 2014.)

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